A pressurização nos sistemas de sprinklers e hidrantes é um daqueles assuntos que, à primeira vista, pode parecer apenas técnico mas que, na prática, tem tudo a ver com segurança, tranquilidade e proteção do lugar onde você vive ou trabalha.
Quando falamos de prevenção e combate a incêndios, cada válvula, tubo e bomba tem um papel claro na solução que mantém uma edificação segura, pronta para reagir no segundo em que for preciso. E no centro desse funcionamento está a capacidade de manter a pressão correta na rede.
Ao longo deste conteúdo, vamos aprofundar o tema pressurização em sistemas de combate a incêndio, explicando como tudo funciona, quais normas regulam o processo, os riscos de uma pressão inadequada e o que você pode fazer para garantir um sistema confiável. Vamos juntos?
O que é pressurização nos sistemas de sprinklers e hidrantes
A pressurização é a força que faz a água se mover pela tubulação com intensidade suficiente para cumprir seu papel no combate às chamas.
Em sistemas de sprinklers e hidrantes, ela faz com que a água chegue ao ponto certo, no momento certo, com o volume e a velocidade adequados. Sem essa força, todo o sistema perde eficiência.
- Nos sprinklers, a pressão é o que transforma a água em uma névoa ou jato capaz de controlar rapidamente o foco inicial do incêndio;
- Nos hidrantes, é ela que permite aos bombeiros operar a mangueira e alcançar distâncias maiores, mantendo uma vazão constante durante a operação.
Quanto maior a precisão da pressurização, maior também a eficiência do sistema como um todo.
Quando a pressão está abaixo do ideal, os riscos são:
- Jato de água curto, incapaz de alcançar o foco do incêndio;
- Redução drástica da vazão, tornando o sistema praticamente inoperante;
- Atraso no controle das chamas, permitindo que o fogo se espalhe;
- Falha total dos sprinklers, que podem não abrir ou não pulverizar corretamente;
- Necessidade de intervenção manual em situações que deveriam ser automáticas.
Como funciona a pressurização nos sistemas de sprinklers
Nos sistemas de sprinklers, a pressurização é o que faz com que a água seja liberada de forma rápida, uniforme e direcionada para onde o calor é detectado.
Assim que um sprinkler abre, o sistema precisa manter a força da água suficiente para controlar ou extinguir o foco antes que ele se espalhe.
Acionamento automático e distribuição da água
O acionamento dos sprinklers não depende de sensores eletrônicos ou de um comando externo: é o calor do incêndio que provoca a abertura do bico por meio de um bulbo de vidro ou elemento fusível.
A partir desse momento, a água armazenada na rede pressurizada é liberada imediatamente. Aqui, a pressurização cumpre duas funções essenciais:
- Garantir que a água saia com velocidade suficiente para formar a névoa ou o padrão de pulverização correto;
- Permitir que apenas os sprinklers diretamente expostos ao calor sejam acionados, evitando desperdício e danos desnecessários.
A distribuição é calculada para cobrir a área de risco com uniformidade. Sem a pressão certa, esse desenho de cobertura se desfaz e o combate inicial perde eficiência.
Pressão mínima conforme normas da ABNT (NBR 10897)
A ABNT NBR 10897 estabelece parâmetros específicos para garantir que os sprinklers funcionem como esperado. As pressões mínimas variam de acordo com o risco da edificação, mas, de forma geral:
- Em riscos leves (como escritórios, escolas e residências), a pressão costuma ficar entre 0,5 e 1,2 bar por sprinkler;
- Em riscos especiais e industriais, a pressão mínima pode ultrapassar 2,0 bar, devido à maior demanda de controle das chamas.
Quando o sistema não atende à pressão mínima, perde-se justamente o tempo em que o fogo ainda está contido e que determina o sucesso do combate.
Problemas comuns de pressão em sprinklers
Mesmo sistemas bem projetados podem desenvolver falhas de pressurização ao longo do tempo. Entre os problemas mais frequentes estão:
- Vazamentos invisíveis, que reduzem gradualmente a pressão na tubulação;
- Obstruções internas, causadas por corrosão, partículas ou falta de manutenção;
- Bomba de incêndio subdimensionada ou mal regulada, incapaz de fornecer a vazão necessária por ponto;
- Pressão estática adequada, mas pressão residual insuficiente durante o fluxo, o que ocorre quando o cálculo hidráulico não considera o ponto mais desfavorável da rede;
- Golpe de aríete e instabilidades, que prejudicam o desempenho e podem comprometer conexões.
Quando qualquer um desses fatores entra em cena, o sprinkler até pode abrir, mas a água não fará o trabalho necessário. Por isso, monitorar e testar regularmente a pressão é um passo indispensável para manter o sistema seguro e confiável.
Como a pressurização funciona nos sistemas de hidrantes
Nos sistemas de hidrantes, a pressurização faz com que a água saia com força suficiente para ser utilizada pelos bombeiros em mangueiras internas ou hidrantes de coluna externos.
Aqui, diferentemente dos sprinklers, a operação é manual, mas a necessidade de pressão é igualmente crítica.
Exigências de pressão e vazão (NBR 13714)
A ABNT NBR 13714, norma que regulamenta os sistemas de hidrantes e mangotinhos, estabelece valores mínimos de pressão e vazão que devem ser atendidos mesmo no cenário mais crítico da rede.
Para hidrantes do tipo:
- 40 mm: vazão mínima de 300 L/min;
- 65 mm: vazão mínima de 900 L/min.
Esses valores precisam ser alcançados junto à pressão residual, ou seja, com a água realmente escoando, não apenas na pressão estática. O objetivo é que o bombeiro consiga operar a mangueira com estabilidade, sem queda de desempenho ao longo do uso.
A norma também exige que os cálculos considerem toda a extensão da tubulação, suas perdas de carga e a altura manométrica para evitar subdimensionamento. Se qualquer requisito não for atendido, o sistema pode ser reprovado durante a emissão do AVCB.
Papel das bombas de incêndio no desempenho dos hidrantes
Mesmo quando o reservatório está bem dimensionado, a gravidade por si só raramente consegue gerar a pressão necessária para atender normas e garantir a operação segura das mangueiras.
As bombas têm três funções essenciais:
- Pressurizar toda a rede de hidrantes, garantindo pressão e vazão suficientes mesmo nos pontos mais altos ou distantes;
- Entrar em funcionamento automaticamente, por meio de pressostatos, sempre que a pressão cair abaixo do nível ideal;
- Manter a estabilidade da água em fluxo, algo indispensável para evitar falhas no momento do combate.
Além disso, é obrigatório que exista uma bomba reserva, com as mesmas características da bomba principal, pronta para assumir o sistema caso ocorra qualquer falha.
Importância do ponto mais desfavorável na rede
No cálculo hidráulico dos hidrantes, existe um elemento-chave que define se o sistema realmente está seguro: o ponto mais desfavorável.
Esse é o hidrante localizado no trecho mais distante, mais alto ou mais crítico da rede e é exatamente nele que os parâmetros mínimos de pressão e vazão precisam ser garantidos.
Se o ponto mais desfavorável funciona corretamente, todo o restante da rede estará automaticamente dentro dos padrões. O contrário também é verdadeiro.
Ao dimensionar a rede com base nesse ponto, o projetista compensa fatores como:
- Altura manométrica elevada;
- Perdas de carga acumuladas;
- Distância entre reservatório e hidrante;
- Variações de demanda durante a operação.
Tratar o ponto mais desfavorável com seriedade significa, na prática, garantir que o sistema não falhe justamente quando mais precisa entregar desempenho.
Leia também: Passo a passo: como instalar um sistema de hidrantes com tubos galvanizados
Como identificar falhas de pressurização
Identificar falhas na pressurização nos sistemas de sprinklers e hidrantes é essencial para evitar riscos estruturais, falhas operacionais e, principalmente, prejuízos em situações reais de emergência.
A boa notícia é que muitos sinais surgem antes de um problema maior, desde que o sistema seja monitorado corretamente.
Sinais de pressão baixa ou excessiva
Pressão baixa costuma indicar:
- Vazamentos na tubulação
- Bombas de incêndio desreguladas ou com defeito
- Acúmulo de ar nos sistemas
- Válvulas parcialmente fechadas
- Perda de carga excessiva por tubulações subdimensionadas
A pressão excessiva, por outro lado, pode revelar:
- Bombas superdimensionadas;
- Falha no controlador de bombas;
- Válvulas redutoras de pressão mal reguladas;
- Golpe de aríete ou oscilações hidráulicas.
Ambos os cenários colocam o sistema em risco, seja pela água que não chega com força suficiente ou pela possibilidade de rompimento de componentes.
Testes obrigatórios e inspeções periódicas
A legislação brasileira exige uma rotina de verificações para garantir o desempenho hidráulico. Entre os principais testes estão:
- Teste semanal das bombas de incêndio, garantindo partida automática e pressão adequada;
- Inspeção mensal das válvulas, registros e indicadores de pressão;
- Testes trimestrais de fluxo em hidrantes e mangotinhos;
- Testes anuais completos de desempenho, incluindo medição de pressão e vazão no ponto mais desfavorável.
Esses testes seguem orientações das normas NBR 13714 (hidrantes) e NBR 10897 (sprinklers), que estabelecem limites mínimos para vazão e pressão.
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